sexta-feira, 13 de julho de 2012

LIÇÃO 3 – A MORTE PARA O VERDADEIRO CRISTÃO.



15 de Julho de 2012
Texto Áureo
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho(Fp 1.21).
Verdade Prática
Para o crente, a morte não é o fim da vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com Deus.
Leitura Bíblica em Classe
Isaías 38:1-8
51 - Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados,
52 - num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53 - Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
54 - E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
55 - Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
56 - Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 - Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conceituar técnica e biblicamente o evento da morte.
  • Explicar a morte no Antigo e Novo Testamento.
  • Saber que a morte, apesar dos pesares, é o início da vida eterna.

Palavra Chave
Morte: Interrupção definitiva da vida terrena.


Introdução
Todo ser humano, crente ou não, está sujeito à morte. A diferença é que, para o crente, a morte não é o fim da vida, mas o início de uma plena, sublime e eterna comunhão com Deus. A questão da morte é, sem dúvida, uma das maiores questões que todo ser humano enfrente em sua peregrinação terrena, a ponto de vários filósofos, ter resumido toda a trajetória do ser humano sobre a face da Terra sob o signo da chamada “angústia da morte”, visto que  o grande paradoxo do homem é, precisamente, o de ter consciência de que irá morrer. É este o maior “drama biológico” vivido pelo homem na Terra. Aristóteles, num momento de grande reflexão, afirmou: "A morte é a coisa mais horrível que existe". Para a grande maioria das pessoas no mundo, esta frase reflete o conceito do que consideram ser a morte. Para o homem natural e inconverso , a morte é uma verdadeira tragédia. Henry van Dyke afirmou: “Algumas pessoas: “Algumas pessoas tem tanto medo de morrer que não começaram a viver”“.
Como existem inúmeras interpretações acera do estado intermediário, buscaremos esclarecer o verdadeiro significado e propósito bíblico do mesmo inserido em um contexto social e filosófico. 
I O QUE É A MORTE
Não é tarefa fácil definir a morte, mas a morte é:
a) Separação. No grego a palavra morte é thanatos que quer dizer separação. A morte separa as partes materiais e imateriais do ser humano. A matéria volta ao pó e a parte imaterial separa-se e vai ao mundo dos mortos, o Sheol-Hades, onde jaz no estado intermediário entre a morte e a ressurreição (Mt 10.28; Lc 12.4; Ec12.7; Gn 2.7).
b) Saída ou partida. A morte física é como uma saída de um lugar para o outro (Lc 9.31; 2Pe 1.14-16).
c) Cessação. Cessa a existência da vida animal, física (Mt 2.20).
d) Rompimento. Ela rompe as relações naturais da vida material. Não há como relacionar-se com as pessoas depois que morrem. A ideia de comunicação com as pessoas que já morreram é fraude e diabólica.
e) Distinção. Ela distingue o temporal do eterno na vida humana. Toda criatura humana pode fugir do seu destino eterno: salvação ou perdição (Mt 10.28).
 O QUE AS ESCRITURAS DIZEM?
TRÊS TIPOS DE MOTE
1. Morte física. 
É a separação entre o corpo, a alma e o espírito (Lc 16.22). Trata-se da morte biológica (cessação do processo vital em um organismo vivo). Dar-se primeiro a decomposição para depois vir a restauração.
2. Morte espiritual.
É a separação entre Deus a alma e o espírito (Gn 2.16-17; 3.6,17; Ef 2.1), Apesar de ser detestável, este tipo de morte não é definitiva (Jo 11.25).
3. Morte eterna.
Também chamada de segunda morte (Ap 21.8) é o sofrimento final do corpo, novamente unido a alma e ao espírito; no caso do pecador não regenerado, ficando completamente separado de Deus e dos remidos por toda eternidade (Ap 20.11-15
).  
A palavra "morte" tem, na Bíblia, vários sentidos. É importante compreendermos os vários sentidos desse termo na Palavra de Deus, para entendermos então o que é realmente a morte física e a morte espiritual.
              A morte física é um resultado direto do pecado. Adão e Eva foram criados com a capacidade de viverem para sempre. Ao desobedecerem ao mandamento de Deus, tornaram-se sujeitos à penalidade do pecado, que é a morte (Rm. 6.23). Embora não tendo eles morrido imediatamente, o pecado trouxe como consequência a sujeição à lei da morte, como resultado da maldição divina (Gn. 3.19).
               Adão e Eva também morreram no sentido moral; a desobediência causou imediatamente a abertura para a natureza pecaminosa, que passou a toda a humanidade. A natureza pecaminosa é uma tendência inata a seguir seu próprio caminho egoísta alheia a Deus e ao próximo (Gn. 3.6; Rm. 3.10-18; Ef. 2.3; Cl. 2.13).
               Adão e Eva também morreram espiritualmente quando desobedeceram a Deus, pois a desobediência destruiu o relacionamento íntimo que tinham antes com Deus (Gn. 3.6). Com o pecado, deixaram de desejar caminhar e conversar com Deus no jardim; pelo contrário, esconderam-se da Sua presença (Gn. 3.8). A Bíblia também ensina que, à parte de Cristo, todos estão alienados de Deus e da vida nEle (Ef. 4.17-18), ou seja, espiritualmente mortos.

                Por fim, a morte, como resultado do pecado, importa em morte eterna. A vida eterna viria pela obediência de Adão e Eva (Gn. 3.22); ao invés disso, a lei da morte eterna entrou em operação. A morte eterna é a eterna condenação e separação de Deus como resultado da desobediência do homem para com Deus.

              A única maneira de o ser humano escapar da morte em todos os seus aspectos é através de Jesus Cristo, que "aboliu a morte e trouxe à luz a vida" (2Tm. 1.10). Ele, mediante a Sua morte, reconciliou-nos com Deus e, assim, desfez a separação e alienação espirituais resultantes do pecado (Gn. 3.24; 2Co. 5.18). Pela Sua ressurreição, Ele venceu e aboliu o poder de Satanás, do pecado e da morte física (Gn. 3.15; Rm. 6.10; 5.18-19; 1Co. 15.12-28; 1Jo. 3.8).
II A VIDA APÓS A MORTE
Voltaire, o infiel, lutou contra Deus; escreveu noventa e oito livros, onde se opôs frontalmente a Deus e subsequente a fé cristã. No prelúdio de sua vida miserável e infeliz, afirmou, afirmou: "Estou abandonado por Deus e pelo homem! Irei para o inferno! Ó Cristo, ó Jesus Cristo! - assim expirou Voltaire". Contrariando peremptoriamente o que diz Voltaire e Aristóteles, o apóstolo Paulo apresenta a versão cristã do que representa a morte: " ...o morrer é ganho", Filipenses 1.21. A partida de um justo ao céu é preciosa aos olhos do Senhor, Salmos 116.15. Desse modo, para nós, a morte é uma bênção de Deus, como disse William R. Alger: "A morte é a escada de Jacó, que liga a terra de sofrimento, de limitações e de pecado, às alturas luminosas do céu".
Entre alguns argumentos usados para reforçarem a doutrina bíblica sobre a vida além-túmulo, encontram-se:
1. Argumento histórico. 
Se a questão da vida além morte estivesse fundamentada apenas em teorias e conjecturas filosóficas, ela já teria desaparecido. 
2. Argumento teológico.
Procura provar que a vida do ser humano tem uma finalidade além da própria física.
3. Argumento moral.
Há um governador moral dentro de cada ser humano chamado consciência que rege as suas ações.
4. Argumento metafísico.
Os elementos imateriais do ser humano, denunciam o sentido metafísico que compõe a sua alma e espírito. Esses argumentos são insolúveis; portanto, como evitar a realidade da vida além-morte? É impossível! 
Morrendo o homem, porventura, tornará a viver?(Jó 14.14a) Jó nutria a crença de que, depois de morto, estando no sheol, Deus o traria a vida outra vez. Jó possuía a crença na ressurreição pessoal. Numa época longínqua, aquele homem já possuía uma certeza e as respostas que a maioria dos homens em todas as épocas gostariam de ter.  Entretanto, as Escrituras têm as respostas a essas perguntas.
a) Sheol. Em Salmos 16.10 e 49.14,15, o termo hebraico é “sheol”. Em grego o termo é hades, o mundo dos mortos (como que um asilo subterrâneo), incluindo suas instalações e seus ocupantes; - sepultura, inferno, abismo, Seol, morte. Salmos 16.10 afirma que os justos não foram criados para o Sheol, essa não é a morada apropriada deles. Eles não serão deixados no sepulcro ou no Sheol, mas serão resgatados desse lugar (Sl 49.15). Tais expressões denotam a idéia de imortalidade da alma e a esperança de se estar diante de Deus após a experiência da morte. Tal expectativa demonstra a certeza de que a morte não o separará de Deus e declara profeticamente que os santos de Deus serão ressuscitados em glória.
b) A esperança da ressurreição. O patriarca Jó expressou profeticamente a certeza de que, depois de seu corpo se desfazer no sepulcro, ele seria fisicamente ressuscitado e, em seu corpo reditivo, contemplaria o seu redentor: “E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus” (19.26 cf. vv.23-25,27). O anseio de Jó por ver seu Redentor excedia em muito todos os seus demais desejos; ele aspirava pelo dia no qual veria a face do Senhor, plenamente redimido. O salmista expressou-se a esse respeito da seguinte forma: “Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando despertar, ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança” (17.15 cf. 16.9-11). Este pode ter sido o versículo que o apóstolo João tinha em mente quando escreveu sobre a ressurreição futura e as recompensas para os que foram maltratados na vida presente (1Jo 3.2). Os profetas Isaías e Daniel expõem a esperança da ressurreição como um encontro irreversível com Deus (Is 26.19; Dn 12.2). Estas duas ressurreições são mais explicadas em Ap 20.4-15; a primeira ressurreição acreditamos que sucederá antes do milênio, e a segunda após o milênio, precisamente antes do julgamento do grande trono branco. A ressurreição dos mortos justos confirma a esperança da vida eterna. Logo, podemos afirmar categoricamente que o Antigo Testamento, respalda, inclusive com riqueza de detalhes, que há vida e consciência após a morte.
A MORTE NO ANTIGO TESTAMENTO
No Antigo Testamento, a palavra sheol é o termo mais usado – 65 vezes – para se referir à morte. Mas nem sempre ela é traduzida dessa forma, há contextos em que a melhor versão é “inferno” ou “sepultura”. Apenas algumas passagens do Antigo Testamento se referem à consciência da vida depois da morte, bem como à possibilidade de ressurreição. Essa incerteza pode ser expressa na pergunta de Jó: morrendo o homem, tornará ele a viver? (Jó. 14.14). Ainda que, esse mesmo patriarca, demonstre, em outro momento, sua esperança em relação à ressurreição (Jó. 19.25). Em geral, os judeus tinham a convicção de que, após a morte, seriam reunidos aos seus antepassados (Gn. 15.15). O autor do Salmo 73, versículos 23 a 25, expressa seu desejo de estar eternamente na presença de Deus. No Salmo 49, no versículo 15, o escritor sacro demonstra sua fé na ressurreição: “Mas Deus remirá a minha alma do poder do Sheol, pois me receberá”. A revelação mais explícita da imortalidade, e especificamente da ressurreição, se encontra em Dn. 12.2: “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”. O fato da doutrina da imortalidade e da consciência após a morte não ser facilmente identificada no Antigo Testamento não quer dizer que essa não seja uma realidade. Tal revelação não fora dada plenamente aos judeus, assim como a da trindade, apenas no Novo Testamento essas doutrinas são descortinadas através de Jesus Cristo (2 Tm. 1.10).

2. A MORTE NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento, a palavra grega para morte é hades, equivalente da palavra hebraica sheol. Jesus revelou que o hades tinha dois compartimentos, um destinado ao crente e outro ao descrente (Lc. 16.23-26). Naquele lugar as pessoas estão conscientes (Lc. 16.24), e uma vez ali, seu futuro está determinado (Lc. 16.26, 28), não havendo possibilidade para remissão de pecados por intercessão ou reencarnação (Hb. 9.27). Jesus revela que as pessoas somente podem ter acesso à vida eterna através de Moisés e dos profetas, isto é, da mensagem bíblica (Lc. 16.31). Diante de tal mensagem, o cristão não se atemoriza diante da morte, pois, tal como Paulo, sabe que ao se ausentar deste corpo, estará na presença do Senhor (2 Co. 5.8). Nada há para temer, nem mesmo aqueles que matam o corpo, pois nada podem fazer contra a alma (Mt. 10.28). Cristo é aquele que derrotou a morte, libertando os seus servos do temor da morte (Hb. 2.14,15). Por esse motivo, morrer, na cosmovisão neotestamentária, é estar com Cristo (Jo. 13.36), ir ao paraíso (Lc. 23.43). Sendo assim, não há o que temer, pois estar com Cristo é consideravelmente melhor (Fp. 1.23). Na verdade, felizes são aqueles que morrem no Senhor, pois descansarão das suas fadigas (Ap. 14.13). O culto ao corpo, e o pavor diante da morte é resultado de uma sociedade moderna, vítima da obsessão pela beleza e longevidade. O cristão, diferentemente dos demais, é consciente que quando essa habitação temporária for desfeita, ele tem, da parte de Deus, uma habitação eterna (Jo. 14.2,3; 2 Co. 5.1).
III. MORTE, O INÍCIO DA VIDA ETERNA
A morte de Jesus é um fato bíblico e histórico. Ele foi um personagem de História da humanidade. Jesus foi o único líder que venceu morrendo. Sua morte foi o coroamento do plano de Deus para a salvação do homem. Em sua morte, Ele riscou “a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo (Cl 2.14-15)”.
O cristão não pode encarar a morte como os que não têm Jesus. Para as pessoas que não conhecem a Jesus como seu Salvador e Senhor, a morte tende a ser uma separação definitiva!
1. O estado dos Justos Falecidos
a) Estão com Deus (Ec 12.7); Hb 12.22-23);
b) Por ocasião da morte os crentes estão no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.4);
c) Os justos estão vivos e conscientes (Mt 22.32);
d) Estão em descanso (Ap 14.13).

CONCLUSÃO
Precisamos ter consciência de que a nossa vida é semelhante à flor da erva. Ela se esvai rapidamente. Todavia, tenhamos em mente que o “viver é Cristo e o morrer é lucro”. Portanto, não se prenda às questões passageiras e efêmeras. Na peregrinação existencial, preencha sua mente com o Evangelho. Assim, ao final de sua vida poderá jubiloso, entoar o que o apóstolo Paulo declarou no final da sua carreira: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Em Cristo, tenha paz e esperança, porque Ele é a ressurreição e a vida.
QUESTIONÁRIO
1. Como o consenso médico atuai define a morte?
R. O consenso médico atual define a morte como cessamento clínico, cerebral ou cardíaco irreversível do corpo humano.
2. De acordo com Romanos 6.23 o que é a morte?
R. “O salário do pecado”.
3. Em quem está fundamentada a certeza da vida após a morte e da imortalidade da alma?
R. Na pessoa Jesus de Nazaré.
4. O que o apóstolo Paulo declarou no final de sua carreira?
R. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”(2 Tm 4.7,8).
5. Após o estudo desta lição, o que é a morte para você?
R. Resposta pessoal.

Dc. Josimar Ribeiro
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A Bíblia Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Vencendo as aflições da vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
Ensinador Cristão. Ano 13 - nº 51. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
LUTZER, E. Um minuto depois da morte. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2011.
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010;
SANTOS, Luciano. A morte para o verdadeiro cristão. Subsídio publicado no site http://www.lucianosantos.net.
SILVA, Eliezer de Lira e. Lições bíblicas: vencendo as aflições da vida – muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas. Editora CPAD, 2012.




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