sexta-feira, 20 de julho de 2012

LIÇÃO 4 - SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA SOCIAL


20 de Julho de 2012
Texto Áureo
"A terra, porém, estava corrompida diante da face de DEUS; e encheu-se a terra de violência" (Gn 6.11).
Verdade Prática
A Igreja de CRISTO deve acolher, com amor e hospitalidade, toda pessoa vítima de violência.
Leitura Bíblica em Classe
Gênesis 6.5-12
5 E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
6 Então, arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.
7 E disse o SENHOR: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
8 Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR.
9 Estas são as gerações de Noé: Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com DEUS.
10 E gerou Noé três filhos: Sem, Cam e Jafé.
 11 A terra, porém, estava corrompida diante da face de DEUS; e encheu-se a terra de violência.
12 E viu DEUS a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar a origem da violência.
  • Compreender que a violência é um problema de todos.
  • Conscientizar-se do papel acolhedor da igreja.
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Palavra Chave
Violência: Qualidade do que é violento; ação de empregar força física ou intimidação moral contra alguém; ato violento.
Introdução
Um dos problemas sociais mais sérios da sociedade, e que não é recente, é a violência. Os traumas pode-se referirem tanto a físico (lesão local proveniente de um agente vulnerante), como a psicológico (agressão ou experiência psicológica muito violenta). Embora a violência social resulte também em trauma físico, enfatizaremos o psicológico. A violência no mundo é um dos terríveis efeitos do pecado, até por que, o primeiro homicídio da história aconteceu já na segunda geração dos seres humanos, quando caim matou o seu irmão Abel (Gn 4.1-10). Infelizmente a violência faz parte do dia a dia nas cidades, principalmente nas grandes cidades. Não é possível fugirmos desse mal que assola a humanidade desde tempos imemoriais, e sofremos as consequências mesmo tendo sido regenerados em Cristo. A única maneira de minorarmos as consequências é levando Cristo ao mundo através do esforço evangelístico. Não podemos ficar indiferentes aos seus males, porque enquanto permanecermos neste mundo estará sujeitos às suas consequências. Todavia, não devemos esquecer-nos de que a nossa vida está escondida em Deus e nele estaremos sempre seguros. A igreja tem o papel de “casa de refúgio” para sarar os traumas das pessoas vítimas da cruel e tirana violência e o instrumento de uso indispensável  para tal tarefa não é outro se não a palavra de Deus.
I A VIOLÊNCIA IMPERA SOBRE A TERRA:
     1.      A origem da violência.
O homem não foi feito para viver sozinho (Gn.2:18), é um ser gregário, ou seja, vive necessariamente com outros de sua espécie, vive em sociedade. Assim Deus fez o ser humano, de sorte que, como já dizia o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), o homem é um ser “naturalmente social”.
Ao criar o homem um ser social, o Senhor fez com que o homem somente pudesse atingir os propósitos sublimes para ele determinados pelo próprio Deus se estivesse vivendo em sociedade. Não haveria como o homem obter a frutificação, a multiplicação, a preenchimento da Terra e a dominação sobre a criação terrena (Gn.1:28) se não vivesse em sociedade, sociedade esta que tem como célula Primaria a família (Gn.2:24).
Antes de qualquer coisa, precisamos entender que a violência é fruto do pecado Antes que o primeiro casal pecasse, a vida que mantinham entre si era de perfeita unidade e harmonia. Tanto assim é que as Escrituras nos afirmam que não havia qualquer senão entre eles, pois, em pura inocência, embora estivessem nus, não se envergonhavam um do outro (Gn.2:25), nada escondiam um do outro, viviam na mais completa paz e comunhão, não só entre si como também com o Senhor.
No entanto, assim que pecaram, tudo isto se modificou. Homem e mulher viram-se nus, passaram a ter vergonha um do outro, procuraram esconder-se de si próprios, um do outro e, também, de Deus, pois, quando o Senhor a eles veio na viração do dia, não tiveram como se apresentar diante d’Ele. A paz e harmonia nos relacionamentos estavam prejudicadas por causa do pecado (Gn.3:7,8).
A sequência da narrativa bíblica mostra-nos, ainda, que homem e mulher passaram a se acusar. Adão pôs a culpa da queda na mulher e a mulher, na serpente (Gn.3:12,13). Inexistia um clima de harmonia e de comunhão, mas, em lugar daquilo que antes havia entre os seres humanos, passou a haver desconfiança, isolamento e um egoísmo em que um não queria mais saber do bem-estar do outro, mas, sim, uma ilusória busca pela salvação, mesmo em detrimento do outro.
Os homens pensariam, antes de tudo, em si mesmos e, neste pensamento, não titubeariam em prejudicar o outro, em querer dominar o outro, em transformar o outro em mero instrumento para a satisfação de seus desejos e projetos. Esta triste realidade vemos bem estampada algum tempo depois no relato bíblico do episódio a envolver os dois primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel. Algumas décadas haviam se passado desde a expulsão do primeiro casal do Éden e já sentimos como as relações entre os homens se encontravam extremamente afetadas pelo pecado.
- Caim, tomado pela inveja, matou o seu irmão Abel, uma vez que o sacrifício deste havia sido aceito por Deus, enquanto que, com respeito ao seu sacrifício, não tinha havido aceitação da parte do Senhor (Gn.4:1-11). Temos aqui a notícia do primeiro crime de homicídio na história da humanidade, a clara demonstração de que a violência social tem como causa o pecado.
A origem da violência social, portanto, é o pecado, aquele que o próprio Deus disse a Caim que estava à espreita, procurando dominá-lo. Por isso, aliás, assistimos a um grande aumento da criminalidade em nossos dias, dias de multiplicação da iniquidade (Mt.24:12).
         2.      A multiplicação da violência.
O ato de Caim revela a natureza da humanidade que, agora arruinada pelo pecado, comete violência sobre violência (Sl 14.1-3; Rm 3.10-18). Deus deu outro filho a Adão e Eva em lugar de Abel, a quem chamaram Sete. Note-se que, quando do nascimento de Enos, a geração de Sete começou a invocar o nome do Senhor, conforme o verso vinte e seis. Este fato, marcado pelo interesse espiritual, mani­festa esta geração de Sete como filhos de Deus, enquanto a geração de Caim, marcada pelo interesse material, é conotada como os filhos dos homens. “Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade” (Gn 6.4). Estes nefilins, de acordo com o nome, eram lenhadores, cortadores e rachadores de madeira, portanto, gente forte, agressiva e temível. Então, veio a apostasia da linhagem de Sete, os filhos de Deus, através da sua mistura com a linhagem de Caim, os filhos dos homens, e a violência agravou-se. Deus não gostou do estado dessa sociedade e determinou acabar com aquela raça humana para recomeçar uma nova geração a partir do seu amigo Noé, descendente de Sete, capacitado para ouvir e decifrar a mensagem divina (Gn 6.9).
       3.      A violência na sociedade atual.
Falar de violência na sociedade atual implica em abarcar todos os sentidos do termo e aprofundá-los em uma gama ampla, onde o real surpreende sempre pelo ineditismo de uma ação que pode ser cada vez mais violenta, porque o nosso mundo é violento, é injusto, onde as questões são resolvidas pela força, pela violência. Os crentes no Senhor Jesus, como peregrinos neste mundo, são alcançados também por essa violência. Aliás, nos envolvemos nisso de tal maneira que acabamos usando também as maneiras e as armas do mundo, usando força e violência contra aqueles com quem convivemos, ainda que nem sempre nossa violência seja física. Quem não fez uso de violência mental, ou moral? Podemos inclusive estar abusando tanto da nossa força, que contra o outro usamos de violência espiritual – depreciamos; humilhamos; desencorajamos; julgamos; condenamos e excluímos. Vivemos numa sociedade muito doente, a qual nos exige uma movimentação constante, ainda que vazia. A violência é uma expressão dessa doença mental, por privação de amor. A falta de amor faz com que as pessoas adoeçam, agitem-se. Isso nos mostra o quanto o outro nos faz falta. A falta de amor torna-se insuportável, portanto, agimos, sem se quer refletir e, tolerar a dúvida. Assim, responde a demanda do outro. Digo de outra forma: “o ato violento me permite por uns minutos me sentir existindo”. Pensar é dar um significado, um sentido a vida. Sócrates diz: “o pensar acompanha o viver”. (p.58). Quem não ama adoece. A doença passa a ser a sua companhia. Portanto, as pessoas doentes não se relacionam, não vivem como poderiam viver, não dão o que tem e podem dar de melhor de si. Pois, o grande problema da atualidade é a desestrutura familiar, a ausência de família e, principalmente a ausência do pai.
Nas classes menos favorecidas o convívio com a violência é constante. Mas, nas classes sociais e econômicas mais privilegiadas, também ocorrem os atos violentos, sentem-se protegidos pelo poder econômico, onde podem tudo e, nada devem. O desamparo e o abandono afetivo são as prováveis causas da crescente e avassaladora violência.
              As pessoas agressivas e violentas têm sempre no seu histórico uma falta de continência às suas ansiedades dos inicios da vida, impossibilitando assim o controle da impulsividade.
              A falta de fé é outro grave problema. a ausência de deus é o que, muitas vezes, a leva a cometer barbaridades. a própria família não apresenta à criança a presença de deus, portanto, quem não tem uma religião não tem nada, tudo pode, não pensam, agem, pois pensar implica perceberem que lhes falta amor próprio, autoestima, sendo assim a violência aumenta cada dia que passa. a falta de preocupação com o outro, então nem se fala. Os violentos negam que precisam dos outros, nos atos violentos eles expressam os seus sofrimentos.

II      VIOLÊNCIA UM PROBLEMA DE TODOS
1. Quando o crente é perseguido.
A Igreja não está isenta de sofrer violência. Se observarmos os acontecimentos atuais acerca dos crentes que sofrem perseguições em toda parte do mundo, ficaremos espantados e nos disponibilizaríamos mais para interceder por todos esses servos do Senhor. Se olharmos para o oriente hoje, podemos ver uma Igreja confessante e mártir que mesmo diante da morte não abandonam sua fé. Embora no ocidente tenhamos uma Igreja menos perseguida e semelhante Sardes, coisificada e necrosada. Podemos perceber os remanescentes ocidentais, afinal os rabiscos nunca deixaram de permanecerem nos ramos (Is 17.6). Quantos testemunhos ouviram contar em nossos cultos de oração acerca das vitórias que Painho concede aos que o buscam nas perseguições. O que dizer dos Heróis da fé (Hb 11.1-40); dos pais da Igreja e dos heróis atuais! Nosso Deus é o mesmo! Ele tem descanso para nós mesmo na tempestade.
2. A Ação do Bom Samaritano.
O Senhor Jesus contou, certa vez, uma parábola cujos personagens centrais são um samaritano e um israelita que fora espancado por salteadores (Lc 10.25-37). A vítima foi ignorada até mesmo por um levita e por um sacerdote (10.31,32). Todavia, o samaritano, alguém abominado pela nação judaica (Jo 4.9), compadeceu-se do israelita, socorreu-o e responsabilizou-se por seu tratamento. Nessa parábola, há uma importante mensagem para a Igreja de Cristo. Devemos cuidar e amparar as vítimas da violência. Os pacificadores são chamados filhos de Deus, (Mt 5.9) mas os enganadores e perversos são filhos do Diabo (At 13.10). Os que amam são chamados filhos do altíssimo, conforme Lc 6.35: “Amai, porém, a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimando, e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo.” 
3. A Igreja deve denunciar a violência através de ações.
Podemos atuar de forma ativa preparando as pessoas que sofreram com a violência. Quantas mulheres sofrem algum tipo de violência doméstica ou sexual! Precisamos estar prontos para não apenas receber estas mulheres, mas para tratá-las nos diversos aspectos atingidos pela violência vivida, seja no sentido espiritual e psicológico, seja no sentido material, pois muitas não podem retornar as suas casas e precisa mudar de vida e de residência.  

CONCLUSÃO
               A violência contra os cristãos não é nenhuma novidade na história da Igreja. Desde a Igreja primitiva, muitos seguidores de Cristo têm sido mortos de forma violenta. Na atualidade, a quantidade de cristãos que morre de forma violenta como consequência de sua fé não é menor do que naquele período da histórico. Não obstante o motivo da violência contra cristãos não diferir daqueles dos primeiro séculos, acrescenta-se hoje, a violência que grassa todas as camadas sócias em virtude da degeneração ética moral e religiosa. "Por que razão permite Deus que o seu povo amado Sofra assim? Muitas vezes se tem feito essa pergunta e a resposta é simples: é porque Ele ama esse povo! Embora há outras razões, mas a principal é essa - Ele nos ama. "Porque o Senhor corrige a quem ama" e se o coração se desviar tornar-se-á necessária a disciplina. Se na fornalha da aflição, a escória separa-se do metal precioso, sendo aquela consumida. Ainda mais quando suportamos a correção de Deus, Ele nos trata como filhos; e se sofremos com paciência cada provação pela qual Ele nos faz passar dará em resultado mais uma bênção para nossa alma."
QUESTIONÁRIO
1. De acordo com a lição, qual a origem da violência?
R. As Escrituras Sagradas mostram que a violência é o resultado direto da rebelião de Adão e Eva contra Deus.

2. A disposição de Caim para o mal é evidenciada em quem?
R. Em Lameque, pois além de matar dois homens, ele louva os próprios crimes.

3. Como a igreja deve postar-se ante a violência?
R. Como voz profética de Deus contra todos os tipos de violência.

4. Qual é a mensagem para a igreja de Cristo que podemos encontrar na parábola do bom samaritano?
R. Devemos cuidar e amparar as vítimas da violência.

5. Quais ações a Igreja do Senhor pode empreender para auxiliar as vítimas de atos violentos a superarem os traumas?
R. Clamar a Deus pela nossa sociedade e acolher devidamente os que sofreram algum tipo de violência, oferecendo-lhes conforto espiritual, moral e emocional.

Dc. Josimar Ribeiro
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A Bíblia Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
BUTIGAN, K. BRUNO, P. Da violência à integridade. Sinodal: São Leopoldo, 2008.
COLLINS, G. Aconselhamento cristão. São Paulo: Vida Nova, 2004.
KNIGHT, A.; ANGLIN, W. História do Cristianismo - Dos apóstolos do Senhor Jesus ao século xx. Rio de Janeiro: CPAD, 2010 
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Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2012, Jovens e Adultos, Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas; Comentarista: Eliezer de Lira e Silva; CPAD;
Revista Ensinador Cristão CPAD, Nº 51
RHODES, R. Por que coisas ruins acontecem se Deus é bom? 1.ed., RJ: CPAD, 2010
SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.

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