sexta-feira, 4 de outubro de 2013

LIÇÃO 1 O VALOR DOS BONS CONSELHOS

6 de Outubro de 2013
4º Trimestre de 2013 - CPAD
SABEDORIA DE DEUS PARA UMA VIDA VITORIOSA: A atualidade de
Provérbios e Eclesiastes
Comentários da revista da CPAD: Pr. José Gonçalves
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
TEXTO ÁUREO
“O temor do SENHOR é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”
(Pv 1.7).
VERDADE PRÁTICA
Provérbios e Eclesiastes são verdadeiras pérolas da sabedoria divina para o nosso bom viver. 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 1.1-6
 1 Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.
 2 Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da prudência;
 3 para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade;
 4 para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso;
 5 para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído adquirir sábios conselhos;
 6 para entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras dos sábios e suas adivinhações.
INTRODUÇÃO:
Chegamos ao final de mais um ano letivo da Escola Bíblica Dominical, agradecendo a Deus pela oportunidade que nos concedeu de poder, estudar a Palavra de Deus e, assim, crescermos na graça e no conhecimento de Cristo Jesus.  E nesse último trimestre não poderia ser melhor do que estudar a sabedoria de Deus para uma Vida Vitoriosa, baseada nos livros de Provérbios e Eclesiastes, onde teremos a oportunidade de estudar sobre diversos temas atuais e relevantes para a Igreja do Senhor Jesus, tais como: trabalho, prosperidade, o correto uso do dinheiro, o cuidado com as palavras, humildade, temor a Deus, dentre outros. Nesta primeira lição, que tem por título O Valor dos Bons Conselhos, teremos uma visão panorâmica desses dois livros escritos pelo sábio Salomão; estudaremos sobre a sabedoria do rei Salomão, autor dos dois livros; e o verdadeiro propósito da busca da sabedoria em Provérbios e Eclesiastes.
I JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL
1 O livro de Provérbios. A Bíblia diz que Salomão compôs "três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco" (1 Rs 4.32). O texto sagrado identifica Salomão como o principal autor do livro de Provérbios (Pv 1.1), mas não o único. O próprio Salomão exorta a que se ouça "as palavras dos sábios" (Pv 22.17), e declara fazer uso de alguns dos provérbios desses sábios anônimos (Pv 24.23).O livro de Provérbios é uma antologia inspirada de sabedoria hebraica. Esta sabedoria, no entanto, não é meramente intelectual ou secular. E principalmente a aplicação dos princípios da fé revelada às tarefas da vida diária. Nos Salmos temos o hinário dos hebreus; em Provérbios temos o seu manual para a justiça diária. Neste último encontramos orientações práticas e éticas para a religião pura e sem mácula. A Bíblia como um livro cultural também é rica em provérbios, parábolas, enigmas e máximas. São pérolas usadas pelos autores bíblicos visando facilitar a transmissão cultural de uma verdade. Vale a pena destacar que esse recurso bíblico-literário não possui apenas seu valor cultural, mas também traz consigo a revelação da sabedoria divina. Muitos livros bíblicos são ricos nessas metáforas, mas o livro de Provérbios e Eclesiastes se sobressaem no uso desse recurso. O livro de Provérbios mostra que a sabedoria voltada para Deus é condição fundamental para viver. O livro, em linhas gerais, pode ser assim dividido: o valor da sabedoria (Pv. 1.1-1.7), conselhos de um pai sobre a vida (Pv. 1-9), os princípios de sabedoria para a vida piedosa (Pv. 10-24), os princípios de sabedoria para relações saudáveis (Pv. 25-29), a humildade, a vida justa, o aprendizado com a sabedoria (Pv. 30), e a descrição da mulher virtuosa (Pv. 31).
AUTORIA E DATA
Acerca da autoria de Provérbios, o expositor bíblico William Mac Donald destaca: “Às vezes, o livro é chamado de ‘Provérbios de Salomão’, uma vez que a maioria deles foi escrito por esse rei sábio (1.1; 10.1; 25.1)”. Salomão formulou três mil provér­bios (cf. 1 Rs 4.32), mas apenas algumas centenas deles foram agrupados sob a inspiração do Espírito Santo para fazer parte da Escritura Sagrada. O capítulo 30 apresenta as palavras ‘de Agur, filho de Jaque’ (30.1), e ocapítulo 31 traz as palavras “do rei Lemuel” (31.1). “Não sabemos quem são esses homens, embora alguns acreditem que se trata de outros nomes de Salomão”.
O escritor Antonio Neves de Mesquita, especialista em Antigo Testamento e hebraísta, observa que “os tradutores da Septuaginta, em 280 a.C., já incluíram Provérbios na sua tradução, ao qual deram o nome de  Paroimiai. Portanto, quase três séculos antes de Cristo, Provérbios era um livro acabado e reconhecido como inspirado”.3 Ainda de acordo com Mesquita, esse livro não provocou debate quanto à sua canonicidade: “Nunca houve entre os rabinos qualquer discussão quanto à sua canonicidade, e, sim, quanto à sua autoria, como aconteceu com Eclesiastes e outros. “Portanto, é um livro que sempre foi considerado inspirado, e os judeus devem ser reconhecidos como a autoridade máxima nesse campo, pois era um livro da sua biblioteca sagrada”. 4 As fontes mais confiáveis colocam a redação final desse livro após o cativeiro babilónico, visto ter sido nessa época que os judeus demonstraram um interesse sem igual por sua Bíblia.
1 O livro de Eclesiastes. Eclesiastes, juntamente com Cantares, Jó, Salmos e Provérbios, também faz parte do gênero literário conhecido como "Literatura Sapiencial". Sua autoria é atribuída a Salomão (Ec 1.1). Embora escrito pelo filho de Davi e pertença ao mesmo gênero literário, o livro de Eclesiastes possui um estilo diferente de Provérbios. Ele se apresenta como um discurso usado em assembleias ou templos. Alguns intérpretes acreditam que se trata de uma coletânea utilizada por Salomão em seus discursos. Os livros poéticos são divididos em dois grupos, a saber: Jó, Provérbios e Eclesiastes, de um lado e Cantares de Salomão e Salmos, de outro. Os três primeiros livros poéticos diferenciam-se dos outros dois, porquanto são livros que foram escritos para nos trazer orientações e reflexões a respeito de nossa vida sobre a face da Terra. São livros que foram redigidos para nos indicar a “sabedoria divina”, para nos ensinar como “fazer a coisa certa, na hora certa, do jeito certo” enquanto estivermos a conviver com os demais seres humanos neste mundo. O nome hebraico do livro é "Qohelet" ou "Cohelet", que significa "pregador" ou "orador da assembleia", título retirado das primeiras palavras do texto (Ec.1:1: "Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém"). Na Septuaginta, o título dado foi a tradução grega da palavra "pregador", ou seja, "ekkesiastes", que foi o nome adotado na Vulgata e na nossa língua.
O livro de Eclesiastes, que tem 12 capítulos,  pode ser dividido em três partes, a saber:
1ª parte - introdução - a vaidade de todas as coisas - Ec.1-3
2ª parte - desenvolvimento - a demonstração da vaidade de todas as coisas mediante a análise do prazer, das riquezas, dos males e tribulações, seguida de vários conselhos práticos - Ec.4-11
3ª parte - conclusão - temor a Deus é o dever de todo o homem - Ec.12.
No livro de Eclesiastes, observamos que tudo que é estabelecido como meta para a vida pelo homem (o que o pregador chama de "vida debaixo do sol") é vazio de sentido, é algo que não leva a lugar algum. A vida humana sem a dimensão da eternidade é vazio e a qualidade de ser vazio é a vaidade. Por isso, várias vezes o pregador afirma, neste livro, que "tudo é vaidade". A vida só t em sentido se tiver uma dimensão da eternidade.
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Provérbios e Eclesiastes são livros de sabedoria judaica que revelam os desígnios eternos para a vida.
II. A SABEDORIA DOS ANTIGOS
O conhecimento e a sabedoria sempre cativaram os seres humanos, a investigação a respeito das coisas é justamente a origem da filosofia.
Entre os gregos, o conceito de “sabedoria” era um tanto quanto diverso. Tanto para Platão quanto para Aristóteles, os mais proeminentes filósofos gregos, a sabedoria era o conhecimento do todo e a capacidade para aplicação deste conhecimento de forma correta e justa. Se para Platão a sabedoria vinha do “mundo das ideias”, deste mundo sobrenatural; para Aristóteles, a sabedoria era resultado de um correto aprendizado, de um uso apropriado do raciocínio. No entanto, e vem daí a própria palavra “filosofia”. O termo filosofia vem da junção de duas palavras grega, filo (amigo) e sofia (sabedoria). Cujo significado é “amigo da sabedoria”, o verdadeiro sábio era aquele que reconhecia que nada sabia. Com disse o filósofo grego Sócrates, “só sei que nada sei”.
O conhecimento filosófico, nos dias atuais, está desassociado da revelação bíblica. Antigamente, nos tempos de Agostinho, havia uma relação profícua entre filosofia e teologia. Mas com o advento do Iluminismo, a Era da Razão, o pensamento humano se desvinculou da revelação. Essa é a principal diferença entre Filosofia e Teologia Crista, enquanto que a primeira se baseia na mera razão, a última está alicerçada na revelação. Na Bíblia a palavra sabedoria também tem um significado primordial, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. A palavra hebraica hokmah diz respeito ao conhecimento intelectual, e tem a ver, por exemplo, com a compreensão (Pv. 10.23). A fonte da sabedoria, nos livros sapienciais, é o próprio Deus (Jó 28.20-23). O salmista, bem como os autores dos Provérbios, assume que o temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Sl. 111.10). Neste ponto, portanto, há uma confluência do pensamento bíblico com o pensamento grego. O verdadeiro sábio é aquele que reconhece que precisa cada vez mais crescer em sabedoria, que o que sabe nada significa, tendo em vista que a sabedoria é infinita, vez que proveniente de Deus, ser ilimitado. O verdadeiro sábio é aquele que se mantém pronto a cada vez mais aprender do Senhor, que reconhece que a sabedoria é infinita e que, portanto, devemos estar prontos a aprender de Deus a cada momento, a cada instante. Que bom seria se todos os que cristãos se dizem ser, principalmente os que já são maduros, assim se portassem.
1 A inteligência dos sábios. O texto de 1 Reis 4.29-31, diz: “Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar. Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios. Era mais sábio do que todos os homens, mais sábio do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, Calcol e darda, filhos de Maol; e correu a sua fama por todas as nações em redor”.Por outro lado, o livro de Provérbios faz referência às “palavras dos sábios” (Pv 22.17; 24.23). Não há ainda um consenso sobre a real identidade desses sábios citados nestes textos, mas uma coisa fica clara — a todos eles Salomão superou em sabedoria.
2 A sabedoria de Salomão. Os provérbios têm a sua origem nos ditos populares. Todavia, os provérbios bíblicos são breves declarações que expressam os conselhos divinos para nós. As máximas contidas no livro dos Provérbios contém o pensamento salomônico sobre vários aspectos da vida. Para o escritor Earl D. Radmacher, a sabedoria do livro de Provérbios “se relaciona muito mais com o que nós chamamos de ‘sentido comum’”. É uma maneira de entender o funcionamento do mundo. A questão não é tanto o que alguém sabe intelectualmente, mas como faz isso na prática. É uma verdade aplicada. E por isso que Provérbios abarcam todos os acontecimentos do dia a dia, especialmente aqueles que envolvem interrogações morais e decisões que afetam o futuro.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A sabedoria dos antigos, e particularmente a de Salomão, versava sobre diferentes áreas da vida humana.
III. AS FONTES DA SABEDORIA
conhecimento  está ligado ao homem, à sua realidade. O conhecimento pretende idealizar o bem estar do ser humano, logo o conhecimento advém das relações do homem com o meio. O indivíduo procura entender o meio partindo dos pressupostos de interação do homem com os objetivos. É uma forma de explicar os fenômenos das relações, seja, entre sujeito/objeto, homem/razão, homem/desejo ou homem/realidade. A forma de explicar e entender o conhecimento passa por várias vertentes como: conhecimento empírico (popular ou senso comum), conhecimento filosóficoconhecimento teológico e conhecimento científico.
a) A sabedoria ou conhecimento popular
O conhecimento popular é o que todas as pessoas adquirem na vida cotidiana, baseado apenas na experiência da vida ou transmitida por alguém. Geralmente é o resultado de experiências de erro e acerto, sem observação metódica nem verificação sistemática. Todo ser humano apodera-se gradativamente deste conhecimento, ao passo que lida com sua realidade diária. Não há uma preocupação direta com o ato reflexivo, ocorre espontaneamente. É um conhecimento do tipo abrangente dentro da realidade humana. Não está calcada em investigações.
Embora não seja um consenso entre os intérpretes, mas parece não haver dúvidas de que Salomão se valeu de muitas máximas que circulavam nos seus dias. Isso de forma alguma pode ser considerado como um demérito para suas monumentais obras literárias. Não, de forma alguma. A obra The New Interpreters Dic-tionary ofthe Bible, destaca que há de fato muita semelhança entre o que disse o sábio hebreu com aquilo que escreveu Amenemope, um sábio egípcio que viveu muito antes de Salomão (1305-1080 a.C). Esse fato é claramente demonstrado quando se faz um paralelo entre as instruções de Amenemope e os Provérbios de Salo­mão 22.17— 24.22. No entanto, a Escritura põe em destaque que a sabedoria de Salomão sobrepujava todo o saber dos seus dias, incluindo os egípcios que eram famosos pela grande sabedoria que possuíam (1 Rs 4.30).8 Salomão demonstra sabedoria quando faz uma adaptação dessa cultura popular para a sua própria cultura.
b) A sabedoria ou conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem e por instrumento exclusivo do raciocínio. Como a Ciência não é suficiente para explicar o sentido geral do universo, o homem tenta essa explicação através da Filosofia. Filosofando, ele ultrapassa os limites da Ciência – delimitado pela necessidade da comprovação concreta – para compreender ou interpretar a realidade em sua totalidade. Mediante a Filosofia estabelecemos uma concepção geral do mundo.
c) A sabedoria ou conhecimento científico:
Resulta de investigação metódica, sistemática da realidade. Transcende os fatos e os fenômenos em si, analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que o regem.
d) A sabedoria divina ou conhecimento teológico:
Preocupa-se com verdades absolutas, verdades que só a fé pode explicar. O sagrado é explicado por si só. Não há importância a verificação. Acredita-se que o conhecimento é explicado pela religião. Tudo parte do religioso, os valores religiosos são incontestáveis. A sabedoria divina levou Salomão a comentar praticamente a respeito de tudo o que há debaixo do sol: “Discorreu sobre todas as plantas, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que brota do muro; também falou dos animais e das aves, dos repteis e dos peixes. De todos os povos vinha gente para ouvir a sabedoria de Salomão, e também enviados de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria” (1 Rs 4.33,34). Lendo o capítulo três do primeiro livro dos Reis descobrimos de ondevinha tanta sabedoria: Salomão amava ao S e n h o r, andando nos preceitos de Davi, seu pai; porém sacrificava ainda nos altos e queimava incenso.4 Foi o rei a Gibeão para lá sacrificar, porque era o alto maior; ofereceu mil holocaustos Salomão naquele altar.5 Em Gibeão, apareceu o S e n h o r  a Salomão, de noite, em sonhos. Disse-lhe Deus: Pede-me o que queres que eu te dê.6 Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou contigo em fidelidade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; mantiveste-lhe esta grande benevolência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como hoje se vê.7 Agora, pois, ó  S e n h o r ,  meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me.8 Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, tão numeroso, que se não pode contar.9 Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo? 10 Estas palavras agradaram ao Senhor, por haver
Salomão pedido tal coisa.11 Disse-lhe Deus: Já que pediste esta coisa e não pediste longevidade, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos; mas pediste entendimento, para discernires o que é justo;12 eis que faço segundo as tuas palavras: dou-te coração sábio e inteligente, de maneira que antes de ti não houve teu igual, nem depois de ti o haverá.13 Também até o que me não pediste eu te dou, tanto riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias.14 Se andares nos meus caminhos e guardares os meus estatutos e os meus mandamentos, como andou Davi, teu pai, prolongarei os teus dias. 15 Despertou Salomão; e eis que era sonho. Veio a Jerusalém, pôs-se perante a arca da Aliança do S e n h o r ,  ofereceu holocaustos, apresentou ofertas pacíficas e deu um banquete a todos os seus oficiais (1 Rs 3.3-15).
Isso explica porque ninguém jamais conseguiu superar Salo­mão em sabedoria. Salomão era um amante e incentivador da literatura de sabedoria e foi, pessoalmente, um autor produtivo. Também manifestou um interesse especial pela natureza. Ao escrever seus provérbios, Salomão ordenou as relações sociais; ao listar as questões da fauna e da flora, pôs em boa ordem os elementos do seu reino. Sua reputação transbordou as fronteiras do seu reino. Monarcas de várias nações enviavam emissários para aprender a erudição de Salomão.
SINOPSE DO TÓPICO (3)
A fonte de toda sabedoria do rei Salomão era o Senhor nosso Deus.
IV. O PROPÓSITO DA SABEDORIA
1. Valores éticos e morais. Na introdução do livro de Provérbios, encontramos um conjunto de valores éticos e morais que revelam o propósito desses conselhos. Ali, consta todo o objetivo proposto pelo livro: (1) Conhecer a sabedoria e a instrução; (2) Entender as palavras da prudência; (3) receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a equidade; (4) dar aos simples prudência e aos jovens conhecimento e sensatez; (5) ouvir e crescer em sabedoria; (6) adquirir sábios conselhos; (7) compreender provérbios e sua interpretação, bem como também as palavras dos sábios e suas metáforas (Pv 1.1-6). O livro de Provérbios, portanto, é rico em ilustrações sobre o comportamento humano e sem dúvida procura trabalhar o caráter do homem. Mas como bem observou Derek Kidner, ele não é um álbum de retratos, nem um livro de boas maneiras: oferece uma chave à vida.
2. Valores espirituais Além de apontar valores éticos e morais, ao afirmar que o "temor do Senhor é o princípio da ciência; [e que somente] os loucos desprezam a sabedoria e a instrução" (Pv 1.7), o cronista sacro abaliza os valores espirituais que sobressaem nas palavras de Provérbios. Da mesma forma, o livro de Eclesiastes aponta para Deus como a razão de toda a existência humana. Fora dele não há base segura para uma moral social. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico que, adaptado à nossa realidade, apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana de todos os homens. “O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7, ARA), demonstram que a transmissão de valores espiritu­ais estava na mente de Salomão quando escreveu este livro. Esse também é um princípio que o filho de Davi faz sobressair em Eclesiastes, livro também de sua autoria. Dessa forma observa­mos que Salomão demonstra que nenhuma moral-social se firma se não tiver valores morais e espirituais como princípio. O valor espiritual dos Provérbios fica bem demonstrado no uso que nosso Senhor Jesus Cristo fez dos mesmos. Como bem observou Antonio Neves de Mesquita: Jesus fez amplo uso dos ensinos de Provérbios na sua dou­trinação prática. Muitas das suas parábolas estão calcadas em seus ensinos. Por exemplo, a parábola dos primeiros lugares, quando convidado para banquetes, está firmemente relacionada com Provérbios 25.6,7, onde se lê:  não se glories no meio dos reis nem te ponhas no meio dos grandes, porque melhor é que te digam: sobe para aqui, do que seres humilhado diante do príncipe. A parábola do rico insensato está bem retratada em Provérbios 27. Jesus, na conversa com Nico- demos, parece, que copiou a palavra de Agur, filho de Jaqué em Provérbios 30.4, e quando se refere ao povo, dizendo que a sabedoria é justificada por seus filhos, está citando Provérbios no seu todo.11
SINOPSE DO TÓPICO (4)
O propósito da sabedoria nos livros de Provérbios e Eclesiastes é constituir um conjunto de valores éticos, morais e espirituais para a vida.
CONCLUSÃO
A literatura sapiencial, representada neste trimestre pelos livros de Provérbios e Eclesiastes, revela que o temor do Senhor é o fundamento de todo o saber. Ninguém pode ser considerado sábio se os seus conselhos não revelarem princípios do saber divino. Segundo a Bíblia, um sábio não se caracteriza apenas por ter muita informação ou inteligência, mas é alguém que aprendeu o temor do Senhor como a base de toda sua vida e, por isso, sabe viver e conviver (Tg 3.13-18). O final do livro de Eclesiastes ecoa com o tema do livro de Provérbios, a máxima que somente o temor do Senhor é verdadeira sabedoria. Diante de tudo isto, amados irmãos, busquemos a sabedoria, procuremo-la com afinco, para que, assim, saibamos andar neste mundo e chegar ao céu. Amém!
EXERCÍCIOS
1. O que o livro de Provérbios revela acerca de Salomão?
R. O livro revela que havia alguns provérbios de Salomão que circulavam nos dias do rei Ezequias. Posteriormente, eles foram compilados pelos homens desse rei (Pv 25.1).
2. Embora pertença ao mesmo gênero literário de sabedoria judaica, qual a diferença entre Eclesiastes e Provérbios?
R. Diferentemente de Provérbios, Eclesiastes apresenta-se como um discurso usado em assembleias ou templos.
3. Além de louvores e orações, o que os livros poéticos mostram?
R. Muito da sabedoria do povo de Israel.
4. Cite pelo menos três objetivos propostos na introdução do livro de Provérbios.
R. Conhecer a sabedoria, a instrução; entender as palavras da prudência; adquirir sábios conselhos.
5. Os livros de Provérbios e Eclesiastes formam uma tessitura milenar no contexto religioso judaico. Para nós, o que eles falam hoje?
R. Adaptados a nossa realidade, eles apresentam conselhos práticos para a vida cotidiana.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD;
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;
Bíblia Sagrada Versão Digital 6.0 Freeware
GONÇALVE, José . Sábio Conselho para um viver Vitorioso- Sabedoria bíblica p a ra quem quer vencer na vida Rio de Janeiro: CPAD 2013
http://auxilioebd.blogspot.com.br/
http://subsidioebd.blogspot.com.br/
http://www.portalebd.org.br/
KIDNER,  Derek.  A Mensagem de Eclesiastes, São Paulo – SP 1989
Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2013, Jovens e Adultos: sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — a atualidade de Provérbios e Eclesiastes; Comentarista: José Gonçalves; CPAD;
MARTIN, Charles G. Provérbios.
Revista Ensinador Cristão ano 14 Nº 56 CPAD.
WOLF, Earl C. Comentário Bíblico, Beacon, volume 3  Jó, cantares de Salomão 

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