quinta-feira, 31 de outubro de 2013

LIÇÃO 5 O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS

INTRODUÇÃO
No livro de Provérbios encontramos vários conselhos a respeito do uso apropriado da língua. Se as pessoas atentassem para o que diz esse texto de sabedoria, evitariam muito males decorrentes do descuido quanto ao que falam. Na aula de hoje, a fim de orientar os crentes quando aos cuidados com a língua, destacaremos alguns direcionamentos práticos, a partir de Provérbios, destacando inicialmente o uso incorreto da língua, e posteriormente, seu uso correto, e a importância do dominar a língua.

1. O USO ERRADO DA LÍNGUA
Muitos estão destruindo suas vidas por meio das palavras, do mau uso da língua. Há os que usam a língua para lisonjear, a fim de tirarem algum proveito, recorrendo a medidas desiguais (Pv. 20.17; 26;28; 28.23). Devemos ter cuidado com aqueles que se aproximam apenas por interesse, que destilam palavras de elogio, tão somente para receberem algo em troca. Tão perigoso quanto está ao redor de pessoas que apenas criticam é também se achar cercado por aqueles que somente lisonjeiam. Tome cuidado com aquelas pessoas que se aproximam sempre com palavras elogiosas, desconfie da integridade delas. A língua também serve para semear intrigas, alimentar contendas. Os néscios adoram uma briga, vivem procurando situações para debates desnecessários, a fim de produzir mais uma disputas entre os irmãos (Pv. 18.6). Além disso, essas pessoas tendem a serem descontroladas, elas se exasperam por qualquer motivo, não têm controle das emoções (Pv. 29.11). O autor de Provérbios admoesta para que se mantenha distância dessas pessoas, pois elas além de fazerem o mal para si, ainda prejudicam os outros (Pv. 22.24,25). O equilíbrio emocional é uma característica fundamental a ser exercitada. O domínio próprio é uma das virtudes do fruto do Espírito que precisa ser cultivada (Gl. 5.22). Há aqueles que não conseguem controlar a língua em relação aos seus irmãos, que não perdem a oportunidade para fofocarem, e denegrirem a imagem dos outros. O sábio adverte seus ouvintes quanto àqueles que têm lábios falsos, e que espalham calunias (Pv. 10.18). Existem pessoas nas igrejas que adoram causar dissenção entre os irmãos, deixando de atentar para o fato de que essa é uma das obras da carne (Pv. 16.28; Gl.5.20), tem gente que faz tudo para provocar uma contenda (Pv. 17.19). Isso geralmente acontece recorrendo à mentira, nada pior que lábios mentirosos, que dão falso testemunho (Pv. 6.16-19; 12.19; 14.25). O livro de Provérbios critica aqueles que falam demais, na verdade, a quantidade de erros é proporcional ao da fala. Como se costuma dizer, quem muito fala, muito erra (Pv. 10.19), por isso ter o controle da língua é uma das marcas do verdadeiro cristão (Pv. 17.27,28; Tg. 3.7).

2. O USO CORRETO DA LÍNGUA
Mas a língua pode ser usada para o bem, para dar conselhos aos mais jovens, a fim de que esses possam adquirir sabedoria (Pv. 10.31), isso porque os lábios do sábio difundem conhecimento (Pv. 15.7). Pois é ouvindo as pessoas sábias e justas que podemos crescer e adquirir maturidade. Isso se aplica também à leitura, os jovens que quiserem amadurecer devem ler bons livros, aprender com aqueles que têm experiências para repassar. A língua também serve para repreender, e quando a pessoa prudente a ouve, não se exaspera, antes extrai, das admoestações, procedimentos corretos, o insensato, por outro lado, as desconsidera (Pv. 17.10). As pessoas sábias não têm receio de receber conselhos, nem mesmo repreensões, se perceberem nessas a oportunidade para trilharem um melhor caminho. As pessoas também podem ser encorajadas através das palavras. Aqueles que são extremamente ansiosos precisam de palavras de ânimo, e por meio delas encontram motivação para irem adiante (Pv. 12.25). É intoxicante ficar perto de alguém que apenas destila palavras venenosas, e às vezes, somente deseja o mal, não tem esperança quanto ao futuro. Felizmente existem pessoas que têm o poder de curar através das palavras. Isso acontece porque o que dizem têm poder, não de forma mística, como defendem alguns adeptos da confissão positiva. A língua, quando bem usada, estimula e causa efeitos, principalmente se alicerçada na Palavra de Deus (Pv. 15.23). É edificante quando alguém recebe uma palavra no momento oportuno, especialmente em meio a uma situação adversa (Pv. 16.24). Os estudos psicológicos têm destacado a importância das palavras no processo curativo. Ouvir palavras edificantes, e até expressar os sentimentos para pessoas de confiança, tem função terapêutica. Através da língua podemos também ganhar almas para Jesus, testemunhar da Sua morte e ressurreição, falar do Seu imenso amor pela humanidade (Pv. 10.21; At. 1.8), sábio é, no livro de Provérbios, aquele que conduz pessoas ao caminho correto  (Pv. 11.30), que é o próprio Cristo (Jo.14.6).

3. COMO DOMINAR A LÍNGUA
O verbo dominar, em seu significado dicionarizado, tem a ver com controlar, mas está relacionado também a domar, domazo em grego, usado por Tiago (Tg. 3.9). No contexto dessa passagem (Tg. 3.1-10), o apóstolo destaca os estragos que uma pequena fagulha pode causar, de modo semelhante ao que a língua pode fazer. A língua tem o poder de consumir não apenas a pessoa que faz mal uso dela, mas também a todos aqueles que são por ela afetados. A imprensa de vez em quando noticia um escândalo, alguns deles sem provas cabais, que causam danos às vidas de muitas vidas. Ela é tão perigosa que pode ser comparada ao fogo do inferno, que a tudo queima (Pv. 16.27).  Os animais, até mesmo os mais selvagens, podem ser domados, mas nem sempre isso é possível com a língua. Tem gente que simplesmente não consegue controlá-la, se adianta com facilidade, não tem domínio do que diz, não pensa antes de falar. Evidentemente qualquer pessoa pode perder o controle da língua (Tg. 3.8), mas isso não é motivo para deixar de ter cuidado (Tg. 3.10). Os crentes devem ser comedidos no uso das palavras, para não destruírem a vida das pessoas, pois uma palavra dita fora do tempo não pode mais retornar. Somos conhecidos pelos frutos que produzimos, não podemos semear contendas entre os irmãos, nossas palavras devem ser certeiras, não de engano (Mt. 5.37). Ao invés de se adiantar, e falar desnecessariamente, o melhor mesmo é esperar,  ouvir mais e falar menos. Temos dois ouvidos e uma boca, portanto, ouçamos mais e falemos menos (Tg. 1.19). A língua do cristão, diferentemente daqueles que não têm compromisso com Deus, e muito menos com o próximo, deve ser usada com propósitos úteis, para o que edifica (I Pe. 3.9,10).

CONCLUSÃO
De acordo com Tiago, da mesma boca pode proceder tanto benção quanto maldição (Tg. 3.10). Como constatamos ao longo do livro de Provérbios, existe a possibilidade de usarmos a língua tanto para o bem quanto para o mal. O crente que foi salvo por Cristo, no entanto, tem como alvo a santificação, inclusive no falar (Cl. 3.8; II Tm. 2.15-17). Por esse motivo, deve ter cuidado com o que diz, lembrando, sobretudo, que todo homem dará conta no juízo das palavras que disseram (Mt. 12.36). Como cristãos, devemos seguir o conselho de Paulo a Tito: “a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas moderados, mostrando toda a mansidão, para com todos os homens” (Tt. 3.2).

BIBLIOGRAFIA
AITKEN, K. T. Proverbs. Lousiville: Westminster John Knox Press, 1986.
ORTLUND JR. R. C. Proverbs: wisdom that works. Illinois: Crossway, 2012.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

3ª CAMPANHA DO NATAL SOLIDÁRIO 2013 “UNIDOS POR UM NATAL MAIS FELIZ”




Olá pessoal, já começaram as doações para a 3º campanha um Natal mais feliz, esta ação é realizada anualmente por um grupo de amigos que tem como intuito proporcionar as crianças de comunidades carentes um Natal mais feliz, com distribuição de brinquedos, cestas básico. E este ano iremos oferece um café da manhã.


O sucesso desta campanha depende do coração solidário de cada um. Pequenos gestos geram grandes transformações. Contribua com essa causa social.

Os interessados em ajudar podem entrar em contato pessoalmente, ou por telefone, com Josimar Riberio ((84) 9914-9680),  Francinildo Batista (BÍ) (84) 9954-3107 e Manoel Cicero (84) 9818-9551,  ou ainda enviar um e-mail para Josimar_ribeirolm@hotmail.com



Qualquer doação será muito bem vinda!

Para mais informações sobre as ações realizadas.




 “A solidariedade é, sem sombra de dúvidas, a forma maior de alguém expressar o seu amor”.

Vejam as fotos da 2ª campanha um natal mais feliz de 2012













sábado, 26 de outubro de 2013

LIÇÂO 4 LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO

INTRODUÇÃO
O livro de Provérbios apresenta vários conselhos a respeito do uso apropriado do dinheiro. Tais orientações são bastante práticas, e úteis para os cristãos dos dias modernos. Na lição de hoje trataremos justamente a respeito desse assunto tão controvertido, e pouco discutido nas igrejas, e quando é feito, nem sempre se considera a totalidade das Escrituras. Por isso, nesta aula, além de abordar a questão do dinheiro em Provérbios, nos voltaremos para algumas orientações práticas, com base no Novo Testamento, em relação às finanças.

1. O DINHEIRO EM PROVÉRBIOS
Por se tratar de um livro de conselhos, Provérbios orienta seus leitores a fim de saberem lidar com situações práticas da vida. Conforme estudamos anteriormente, o autor de Provérbios destaca a importância de apresentar a Deus nossas primícias (Pv. 3.9). A recompensa de Deus, para os israelitas, estava condicionada a atitude de entregar a Ele os primeiros resultados da colheita (Pv. 3.10; 13.21). Como livro de sapiência, a sabedoria, e não o dinheiro, é muito mais importante, pois é a sabedoria que faz a riqueza durar (Pv. 8.18,21), o seu resultado é consideravelmente melhor (Pv. 8.20), somente a partir dela as pessoas poderão usá-lo adequadamente (Pv. 17.16), inclusive para não afadigar buscando riquezas (Pv. 23.4). Não apenas a sabedoria é mais importante que o dinheiro, também uma vida de retidão, atitudes de retidão. As pessoas justas vivem com maior tranquilidade que as desonestas (Pv. 15.16), por isso um homem pobre que não se envolve em negócios escusos é preferível ao rico que vive sem honestidade (Pv. 28.6). Deus geralmente recompensa os justos com dinheiro (Pv. 13.21), mas é melhor ter menos dinheiro e viver em retidão do que ter muito dinheiro resultante de injustiça (Pv. 16.18). Por conseguinte, temer a Deus é bem melhor do que ter dinheiro (Pv. 15.16), na verdade, a humildade, e o temor a Deus, leva o homem a adquirir riquezas (Pv. 22.4). Como já destacamos em outras lições, a diligência é uma característica fundamental para aqueles que querem ter êxito em suas vidas. Os que não se deixam conduzir pela indolência colherão os frutos da prosperidade (Pv. 10.4). A obtenção de dinheiro está atrelada ao trabalho, é através dele que as pessoas adquirem riquezas (Pv. 14.23). A diligência é concretizada em planejamento, não apenas em ações espontaneistas, que leva à ruina (Pv. 21.5). As pessoas que não conseguem controlar seus hábitos consumistas acabarão sem nada (Pv. 21.17).

2. PROVÉRBIOS E O USO DO DINHEIRO
O sábio destaca, a princípio, as limitações do dinheiro, definitivamente ele não pode comprar tudo, não pode livrar as pessoas da condenação (Pv. 11.4), não dura para sempre, tem um caráter efêmero (Pv. 23.5; 27.4), sequer é digno de confiança (Pv. 11.28), por isso devemos depositar nossa esperança em Deus (Pv. 28.25). Mas o dinheiro não necessariamente é algo ruim, na verdade, pode ser utilizado para fazer o bem. Quando corretamente utilizado, pode diminuir os estresses e evitar alguns problemas (Pv. 10.15). Ademais, os filhos, se forem sábios, poderão desfrutar da herança deixada pelos pais (Pv. 13.22), a esposa também exerce papel fundamental no bom uso dos recursos (Pv. 31.18). Mas é preciso ter cuidado, pois o dinheiro pode ser extremamente danoso para as pessoas, principalmente no que tange aos relacionamentos. Isso porque, infelizmente, existem favoritismos por causa do dinheiro, os ricos acabem sendo bem tratados, enquanto que os pobres são menosprezados (Pv. 14.20). As pessoas que têm dinheiro não conseguem identificar com facilidade quem são seus reais amigos, pois muitos se aproximam por interesse (Pv. 19.4). Aqueles que não têm dinheiro são abandonados justamente porque as pessoas se voltam para as que têm mais dinheiro (Pv. 19.4). Os que têm muito dinheiro não conseguem encontrar descanso, costumam viver no isolamento, pois comumente são perseguidos por ladrões ou sequestradores (Pv. 13.8). Aqueles que têm recursos financeiros são pessoas fúteis, não conseguem se interessar por conhecimentos valiosos. Os pobres com entendimento percebem a mediocridade dessas pessoas (Pv. 28.11). Além disso, não podemos deixar de destacar que muitas pessoas na verdade não têm dinheiro, apenas vivem uma mentira, como se tivessem, para agradar a sociedade (Pv. 13.7). Ao invés de querer dominar os mais pobres, e se assenhorarem sobre eles (Pv. 22.7), os ricos deveriam reconhecer que foi Deus quem criou tanto um quanto ao outro (Pv. 22.2). Ao invés de serem vaidosos, por causa do dinheiro, os ricos precisam pôr em prática a generosidade (Pv. 11.24,25). Deus é testemunha daqueles que oprimem os mais pobres, e querem tirar vantagem das suas necessidades, tais pessoas cairão em ruína (Pv. 22.16).

3. VISÃO CRISTÃ SOBRE O DINHEIRO
A abordagem de Jesus em relação ao dinheiro é radical, Ele se posiciona contra o acúmulo de riquezas na terra, orienta as pessoas a entesourarem no céu (Mt. 6.19-21). Essa é a resposta de Jesus a ansiedade que assola a sociedade moderna. Ao invés de estarem preocupados com muitas coisas, ansiosos pelas vicissitudes da vida, devemos aprender a confiar em Deus, na Sua providência (Mt. 6.24,25). Por isso, quando se encontrou com o jovem rico, orientou para que esse entregasse seus bens materiais aos pobres, mas ele foi incapaz de fazê-lo (Mt. 19.16-22). A conclusão de Jesus, em virtude do apego daquele jovem às riquezas foi a seguinte: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt. 19.23,24). Ao invés de enfocar demasiadamente as riquezas, Jesus ensina que devemos buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça e que as demais coisas – apresentadas no contexto, e não todas como dizem alguns – os serão acrescentadas (Mt. 6.33). Em suas epístolas, Paulo orienta os primeiros crentes em relação ao uso do dinheiro. Ao escrever aos Coríntios nos apresenta o modelo de Jesus em relação à riqueza e a pobreza. Diz ele: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Co. 8.9). A riqueza a respeito da qual trata o Apóstolo, nesse texto, não é material, tendo em vista que, ao escrever a Timóteo, alerta a respeito do perigo das riquezas (I Tm. 6.9,10). A orientação apostólica é a de que há maior felicidade em dar do que em receber (At. 20.35), por isso, Deus ama a quem dar com alegria (II Co. 9.7). A moeda mais valiosa para o cristão é o exercício da piedade, que a fonte de lucro (I Tm. 4.8).

CONCLUSÃO
A partir do Livro de Provérbios, e do Novo Testamento, destacamos algumas orientações práticas quanto ao uso do dinheiro: 1) não devemos confiar nas riquezas, mas em Deus, que é nosso Provedor (Mt. 6.24); 2) diante de uma sociedade consumista, devemos pedir sabedoria a Deus, para saber usar corretamente o dinheiro (Tg. 1.5); 3) a honestidade é uma prática cristã, não apenas diante de Deus, mas também dos homens (II Co. 8.21); 4) não devemos esquecer que um dia prestaremos contas a Deus, inclusive do modo como gastamos nosso dinheiro (Rm. 14.10; 5) sejamos cuidadosos em relação ao dinheiro, aprendamos a exercitar a piedade com contentamento (I Tm. 6.6-10); 6) a utilizar os recursos em coisas benéficas, principalmente para a obra do Senhor  (Fp. 4.14); 7) em uma sociedade individualista, sejamos generosos, atentos às necessidades dos outros (II Co. 9,6,7); 8) o dinheiro do cristão deve ser ganho com honestidade, no temor do Senhor, e gasto com sabedoria (At. 24.16; II Ts. 3.7-9); 9) é preciso ter cuidado para não se deixar dominar pela ganância, e pelo consumismo (Ef. 5.3); e 10) o segredo é aprender a viver em contentamento, para não contrair dívidas desnecessárias, que comprometerão a renda familiar (Hb. 13.5).

BIBLIOGRAFIA
KIDNER, D. Provérbios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980.
ORTLUND JR. R. C. Proverbs: wisdom that works. Illinois: Crossway, 2012.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

LIÇÂO 3 TRABALHO E PROSPERIDADE

INTRODUÇÃO
Na Lição de hoje trataremos a respeito de dois assuntos fundamentais para o cristão: trabalho e prosperidade. O livro de Provérbios contem vários ensinamentos a esse respeito, por isso, abordaremos alguns aspectos desses tópicos com base nesse compendio de sabedoria. Ao final, avaliaremos tais ensinamentos a partir da visão cristã do trabalho e da prosperidade. Destacaremos a necessidade de uma vida que sacralize cada instante de nossas vidas, inclusive o trabalho e os recursos financeiros.

1. O TRABALHO EM PROVÉRBIOS
O livro de Provérbios apresenta algumas orientações práticas em relação ao trabalho, que não podem ser desprezadas pelos cristãos da atualidade. As palavras do sábio destaca que o homem tem a responsabilidade de trabalhar, mais que isso, através dele adquirir o sustento para a vida, especialmente o alimento (Pv. 12.11; 16.26; 28.19). As declarações sapienciais do autor remetem ao princípio, quando Deus estabeleceu o trabalho como uma atribuição para o homem (Gn. 2.15). Por isso, deixar de trabalhar é uma demonstração de falta de entendimento (Pv. 12.11), cujo final é a morte (Pv. 21.25). Justamente por esse motivo, o sábio instrui seus leitores para que saibam discernir a ordem de prioridades na vida, que façam a diferença entre o que deve ter proeminência, e o que pode ser postergado (Pv. 10.5). O planejamento ocupa lugar primordial em Provérbios (Pv. 16.1), fazer as coisas no momento certo é fundamental, mas é preciso também se preparar previamente (Pv. 21.5). Para o autor de Provérbios, o lucro é resultado do trabalho árduo (Pv.14.23), e aquele que não demonstra presteza para o trabalho é equiparado ao destruidor (Pv. 18.9), que conduz a pobreza (Pv. 13.23). A diligência é uma característica fundamental para o êxito no trabalho (Pv. 12.24), aqueles que semeiam a preguiça colherão a necessidade (Pv. 22.13). Mas aqueles que trabalham ceifarão os dividendos do seu esforço (Pv. 12.14), principalmente se demonstrarem habilidade naquilo que fazem, receberão reconhecimento e recompensa (Pv. 22.29). Mas é preciso que o trabalho seja desempenhado com honestidade, principalmente quando envolver sociedade nos negócios (Pv. 16.11; 29.24). A confiança nas relações comerciais advém da honestidade, a desconfiança pode minar qualquer intento (Pv. 14.25).  O autor de Provérbios mostra preocupação em relação aos necessitados, a fim de que esses tenham assistência, os direitos deles devem ser garantidos (Pv. 22.28).

2. A PROSPERIDADE EM PROVÉRBIOS
Em Provérbios, a pobreza está relacionada à preguiça, a falta de diligência diante das decisões (Pv. 6.9-11; 20.13; 24.34), mas também à indolência (Pv. 19.15), indisciplina (Pv. 24.34), injustiça (Pv. 13.21-23), opressão (Pv. 14.31; 17.5; 22.16). Nesse livro a propriedade privada é incentivada, os bens devem ser desfrutados com sabedoria. Existem vantagens na riqueza, contanto que essas sirvam 1) como fonte de ajuda aos necessitados (Pv. 27.26,27); 2) para proteger do desastre e da tentação (Pv. 10.15; 30.9); e 3) como meio de adquirir amigos e honras (Pv. 14.24; 19.4; 14.20). Mas essas mesmas riquezas podem provocar um falso sentimento de segurança, pois aqueles que confiam apenas em seus pertences cairão em ruína (Pv. 11.28;23.5), principalmente se esses forem usados para substituir a integridade (Pv. 22.6; 16.8). A prosperidade é importante, pois o Senhor abençoa com riqueza (Pv. 10.22), mas não se compara com a justiça (Pv. 15.6). Nem toda riqueza, principalmente aquela adquirida com desonestidade, vem do Senhor (Pv. 13.11; 15.16; 16.8). A aquisição de bens deve ter um propósito, o principal deles é viver com justiça (Pv. 10.2,3; 15.16). O autor de Provérbios apresenta orientações quanto aos usos dos recursos, não se deve viver com ostentação (Pv. 12.11; 21.17,18; 23. 20,21) A prática da liberalidade é recomendada nesse livro, o acúmulo de riquezas, em detrimento dos mais pobres, é uma prática do capitalismo selvagem. O cuidado para com os mais pobres é uma maneira de honrar a Deus (Pv. 3.5; 19.17; 22.9; 28.27). Ao longo desse livro, o sábio destaca a importância de se voltar para os mais carentes (Pv. 14.21, 31; 17.5; 19.17; 22.9,16,22), tratando-os com generosidade (Pv. 11.24; 19.6). Até mesmo os inimigos devem ser socorridos nas horas de privação (Pv. 25;21,22).  

3. TRABALHO E PROSPERIDADE
A Bíblia ensina que: 1) o trabalho é uma ordenança divina (Gn. 1.28; 2.15); 2) que assim devemos fazer enquanto vivermos (Gn. 3.19); 3) que não necessariamente o trabalho é uma punição (Ec. 2.24,25); 4) que devemos trabalhar em obediência, não apenas ao empregador, mas também a Deus (Cl. 3.22); 5) que qualquer trabalho, independentemente da atribuição, deve ser feito com excelência (Pv. Ef. 6.6,7); 6) que nenhum trabalho honesto é desonroso (I Co. 10.31); e 7) esse pode ser uma oportunidade para o testemunho (Mt. 5.16). Isso porque os cristãos são sal da terra e luz do mundo, por isso não apenas na igreja, mas também no trabalho, devem dar exemplo (Mt. 5.13-16; I Pe. 2.12). Não devemos fugir do trabalho, pois no mundo em que vivemos, temos a responsabilidade de trabalhar, e prover o sustento para as nossas famílias (I Ts. 3.9), se assim não fizermos, seremos piores que os infiéis (I Tm. 5.8). Mas é preciso ter cuidado com as prioridades, a justiça, e não propriamente as riquezas, deve ser o objetivo principal (Pv. 11.4, 28; 16. 8). A Palavra de Deus nos ensina que Deus não está fora do nosso trabalho. Muito pelo contrário, ela admoesta a sacralização de tudo o que fazemos. A distinção entre trabalho eclesiástico e secular é um equívoco. A diferença mais apropriada seria entre o trabalho cristão e o profano, o primeiro glorifica a Deus, o último O envergonha. Quando o cristão desempenha suas funções no trabalho com responsabilidade, demonstra que está comprometido com Deus. Jesus é um exemplo para aqueles que servem a Deus, Ele afirmou que o Pai trabalhava e que fazia o mesmo (Jo. 5.17). Paulo, o apóstolo dos gentios, também trabalhou, e recomendou para que os crentes agissem de igual modo (II Ts. 3.7-10). Recomendamos, no entanto, cautela para não se tornar escravo do trabalho, vivendo em constante ansiedade a respeito do futuro (Mt. 6.34). Na medida em que trabalhamos devemos aprender a viver contentes (I Tm. 6.6), e não apenas satisfazer nossas necessidades, também a dos outros (Gl. 6.2).

CONCLUSÃO
Ao contrário do que prega o mundo, o trabalho não é uma maldição, mas uma criação divina, o próprio Deus trabalha. Ele também nos criou para o trabalho, o fardo é resultado do pecado, da desobediência (Gn. 3.17-19). Em Cristo, podemos aprender a desfrutar do trabalho, mais que isso, nossas atribuições devem ser desempenhadas com responsabilidade, sempre buscando a excelência (Cl. 3.17). Principalmente se o produto do nosso trabalho servir para a difusão do reino de Deus, e para o sustento da família, e daqueles que se encontram em condição de necessidade.

BIBLIOGRAFIA
AITKEN, K. T. Proverbs. Lousiville: Westminster John Knox Press, 1986.
ORTLUND JR. R. C. Proverbs: wisdom that works. Illinois: Crossway, 2012.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa