domingo, 2 de fevereiro de 2014

LIÇÂO 5 A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO

INTRODUÇÃO
Após a saída do Egito, os israelitas experimentaram um grandioso milagre de Deus. Em um momento crucial Deus abriu o mar, permitindo que o povo ultrapassasse tal desafio. Na aula de hoje estudaremos a respeito desse feito, atentando para algumas aplicações relacionadas à vida cristã. Inicialmente destacaremos a necessidade da fé, mesmo diante das adversidades, em seguida, a importância da confiança em Deus. Ao final, o reconhecimento da providência do Senhor, expressado na adoração.

1. A NECESSIDADE DA FÉ EM DEUS
A celebração da Páscoa foi apenas a preparação para algo maior que Deus haveria de mostrar ao Seu povo. A vida daqueles que servem ao Senhor está repleta de surpresas, por isso há sempre algo mais pelo que esperar. Isso acontece porque a maturidade não é alcançada de uma hora para outra, precisa de tempo para ser forjada. De igual modo, a fidelidade a Deus é resultado de uma vida de experiências, todas elas fundamentadas na obediência à Palavra de Deus. Somente quando estamos dispostos a nos dobrar diante das coisas que não vemos, e depositamos nossa fé em Deus, podemos atestar que amadurecemos (Hb. 11.1-6). É a fé que nos conduz pelo caminho estabelecido por Deus, que nos leva a cantar com o salmista: “guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (Sl. 23.3). A aceitação do caminho de Deus é uma atitude de rendição, de desistência dos nossos projetos, em favor das orientações do Senhor. Os israelitas receberam do Senhor as diretrizes precisas a partir das quais deveriam se orientar (Ex.  13.17,18). Eles deveriam chegar até o Monte Sinai, para tanto precisariam seguir pelo trajeto mais longo. O percurso mais rápido dificultaria a peregrinação, considerando que havia acampamentos egípcios por toda parte. Somos tentados a perseguir os atalhos, mas esse não é o plano de Deus, a fim de conduzir-nos à maturidade, nos fará, não poucas vezes, seguir por onde não desejávamos ir. Algumas portas serão fechadas, as vias se tornarão íngremes, e a estrada sinuosa, mas Deus sempre nos mostra uma saída, a fim de nos dirigir ao Seu propósito (At. 16.6-10; II Co. 2.12,13). Ele não nos deixa sozinhos, antes segue adiante, mostrando por onde deveremos trilhar (Ex. 13.20-22). Deus guiou o povo de Israel através da coluna, de igual modo, nos orienta pela Palavra, e pelo Espírito Santo (Ef. 1.15-23; Jo. 16.12,13).

2. A CONFIANÇA EM DEUS DIANTE DO MAR
Depois que saiu do Egito, o povo acampou diante do mar, aos olhos da nação aquele era um grande desafio. Faraó, insatisfeito com a fuga dos israelitas, e com o coração endurecido, decidiu persegui-los (Ex. 14.5). De repente os hebreus tiraram os olhos da coluna de fogo, que significava a presença de Deus, e olharam para trás onde estava Faraó e seu exército. Em consequência disso, perderam o foco e se tornaram alvo das ameaças do inimigo. Isso também pode acontecer com aqueles que seguem a Cristo, a falta de foco pode os distanciar do percurso, fazendo com que olhem para trás (Lc. 9.62). De vez em quando somos tentados, como os israelitas a confiar apenas no que vemos, mas não podemos esquecer que vivemos por fé, e não por vista (II Co. 5.7). Devemos proceder como Moisés, que diferentemente do povo, confiou em Deus, sabendo que o exército de faraó não representava uma ameaça (Ex. 14.13-31). Certamente o povo estava murmurando, por isso Moisés ordenou ao povo que se calasse, e confiasse que Deus pelejaria por eles (Ex. 14.14,15). O Deus de Israel é o Todo-Poderoso, Aquele que diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl. 46.10). Quando Moisés ergueu a vara, as águas do mar se dividiram e Israel pode atravessar em terra seca, escapando do exército egípcio. Essa foi uma demonstração a fim de que os inimigos do povo viessem a reconhecer que Yahweh era o Senhor (Ex. 14.18). Esse milagre aconteceu depois que Moisés estendeu a mão, e Deus enviou um forte vento que abriu o caminho para que o povo passasse no meio do mar (Sl. 77.16-20). A confiança em Deus nos lança para além dos nossos temores, é a falta de fé que nos faz fraquejar diante das adversidades (Mc. 4.40). Na teologia paulina, a travessia dos israelitas pelo mar tipifica um batismo, pois Israel ficou submerso naquelas águas (I Co. 10.1,2). Aquela experiência marcou aquele povo, que passou a confiar no Senhor e em Moisés (Ex. 14.31). É uma pena que alguns cristãos precisem ver os milagres de Deus para confiarem no Seu poder. Existem promessas nas Escrituras em relação às intervenções divinas, inclusive na natureza. A fé do cristão, no entanto, deve permanecer alicerçada na Palavra, ainda que não vejamos coisa alguma admirável aos nossos olhos (Hc. 3.17-19).

3. CELEBRANDO AO DEUS QUE LIBERTA
A travessia dos israelitas pelo mar foi um batismo que identificou o povo com o Deus de Abrãao, Isaque e Jacó, resultando em parte da confissão de fé daquela nação (Dt. 26.1-11). Esse acontecimento inspirou-os a cantar um hino de louvor e adoração ao Senhor (Ex. 15.1-21). É fácil cantar louvores a Deus quando tudo acontece de acordo com nossas vontades. A maturidade do crente se revela em sua disposição para adorar a Deus mesmo a noite (Jó. 35.10; Sl. 42.8; Mt. 26.30; At. 16.25). É nessas horas que demonstramos nosso compromisso com Ele, e que não estamos apenas olhando para Suas mãos, antes para Sua face. Por meio de um hino, os hebreus anunciaram a vitória de Deus (Ex. 15.1-4), isso porque o exército egípcio foi lançado ao mar, os soldados afundaram feito pedra e chumbo (Ex. 15.5,10). O Deus de Israel é “homem de guerra” que não luta com armas comuns, pois Suas narinas dividiram as águas. Essa é um antropomorfismo, ressaltando a grandeza de Deus, que mantem a natureza em Suas mãos (Ex. 15.6-10; Mc. 4.35-41). De fato, quem pode ser equiparado a esse Deus, Ele é incomparável entre outros deuses, Sua presença atemoriza os inimigos (Ex. 15.11-14). Precisamos reafirmar, com louvores, a singularidade do Deus que se revela na Bíblia (Jo. 14.6; At. 4.12). A exaltação de Deus, através desse hino (Ex. 15.11-16), deve inspirar os compositores evangélicos a melhorarem a qualidade das suas composições. Isso porque nos arraiais eclesiásticos existem muitos hinos que se distanciam da Palavra de Deus, com letras predominantemente antropocêntricas, que adora mais aos homens do que a Deus. Devemos aprender, com o povo de Israel, a celebrar ao Senhor pelo Seu poder, sabedoria e grandeza (Ex. 15.12-14). Ele é o Deus que cumpre com as Suas promessas, tirando os hebreus do Egito, conduzindo-os a Canaã (Ex. 15.16-18). Os feitos de Deus devem inspirar nossos hinos, e como o salmista, declaramos que: “as águas cobriram os seus opressores; nem um deles escapou. Então creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor” (Sl. 106.11,12).

CONCLUSÃO
Deus livrou o povo de Israel, abrindo o mar para que esse passasse, livrando-o de uma grande adversidade. Na vida cristã passamos por situações difíceis (Jo. 16.33), mas não podemos perder a fé e a confiança em Deus (Hb. 11.6). Quando o Senhor estender a Sua mão, como fez para salvação dos hebreus, reconheçamos Seu atos poderosos, celebrando-O com louvor e adoração (Lv. 22.29). Também precisamos aprender a esperar no Senhor (Sl. 40.1), e quando as coisas não acontecerem do jeito que desejávamos, não devemos murmurar (Fp. 2.14), antes depender de Deus, certos de que Ele está no comando de nossas vidas (Mt. 10.30; Lc. 12.7).

BIBLIOGRAFIA
BRUCKNER, J. K. Exodus. Massachussetts: Baker Books, 2008.
WEIRSBE, W. W. Exodus: be delivered. Colorado Springs: David Cook, 2010. 

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

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